segunda-feira, 29 de outubro de 2012

Não há nenhum lugar para onde fugir




Uma das coisas que te apercebes quando observas a natureza do eu é que aquilo que fazes e o que te acontece são a mesma coisa. Ao te aperceberes que não existes separadamente de tudo o mais, percebes o que é a responsabilidade: és responsável por tudo o que experimentas. Não podes voltar a dizer, “Ele enfureceu-me” Como é que ele pôde enfurecer-te? Só tu podes enfurecer-te. Compreender isto faz mudar o modo de te relacionares com o mundo e de lidares com a tensão. Então apercebes-te que a tensão, que em geral tem a ver com separação, é criada pelo processamento mental das tuas experiências. Sempre que surge uma ameaça, um contratempo, um entrave, a nossa reação imediata é rejeitar, é prepararmo-nos mentalmente ou fisicamente para lutar ou fugir. Se te tornas no bloqueio – no medo, na dor, na cólera – e o vives plenamente, sem julgares ou sem fugires, deixando-o ir, deixa então de haver bloqueio. Na realidade não há maneira de saíres dele; não podes fugir. Não há nenhum lugar para onde fugires, não há nada de onde fugires: és tu.

John Daido Loori Roshi

Texto publicado originalmente por Evandro Seido em: https://www.facebook.com/notes/evandro-seido/n%C3%A3o-h%C3%A1-nenhum-lugar-para-onde-fugir/10150311995800712 em:

Nenhum comentário:

Postar um comentário